A narrativa transmidiática está cada vez mais presente nos produtos midiáticos que consumimos diariamente. Ela consiste em um processo de transmitir mensagens ou histórias por meio de diferentes plataformas de mídias, em que os elementos se interligam, muitas vezes adaptando seu conteúdo a cada um desses espaços, como, por exemplo, um livro que pode ser transformado em um filme e assim por diante.

Pensando nessa forma de narrativa e nos processos comunicacionais que a envolvem é que o aluno da primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMA, Washington Freitas de Oliveira, está desenvolvendo sua dissertação de mestrado. A pesquisa do estudante tem o objetivo de mostrar como ocorre o processo da transmidiação de uma narrativa literária e como a midiatização e a circulação contribuem para a consolidação desse processo. Para a realização do trabalho, o estudante está analisando o livro Jogador N° 1, do escritor estadunidense Ernest Cline.
O livro Jogador N°1, objeto de estudo do pesquisador, é uma ficção científica que se passa no ano de 2045, no qual o mundo atravessa uma enorme crise de recursos naturais. A guerra e a pobreza são alguns dos fatores da distopia do enredo. A forma mais comum de fugir dessa realidade é a imersão para realidade virtual, denominada de OASIS. Nela, a maioria das pessoas passa grande parte do tempo desenvolvendo atividades sociais como o trabalho, a escola, além de lazer e diversão, esta última representada por múltiplos jogos que ocorrem em primeira pessoa. Isso evita que as pessoas desse futuro fiquem muito tempo em contato com a poluição e possam, sem sair de casa, ter mais acesso à cultura e informação. É um mundo em um jogo, uma utopia virtual global que permite aos usuários ser o que quiserem.
Oliveira, que é graduado em Letras e atua como professor do Instituto Federal do Maranhão, explica que as tecnologias atravessam todas as áreas de conhecimento e também estão presentes na literatura e foi neste sentido que surgiu a vontade de estudar sobre a temática. “O interesse foi motivado pela necessidade de conhecer como as multiplataformas têm contribuído para o desenvolvimento de narrativas em um mundo cada vez mais midiatizado”. Além disso, o aluno ressalta que o mestrado é uma ótima chance de unir conhecimentos de áreas de pesquisas diferentes, como Comunicação e Letras. “Quando a oportunidade de cursar um mestrado que é ofertada em uma área do conhecimento – Comunicação – que interfaceia com outras – Letras, por exemplo – o programa e os estudantes só têm a ganhar”, acrescenta.
Sobre o mestrado, Oliveira destaca que a troca de conhecimentos e aprendizados entre os estudantes e profissionais é de extrema importância para a formação acadêmica. “A experiência de cursar um mestrado é enriquecedora, pois se aprende a pesquisar. O período que compreende o mestrado é de grande crescimento intelectual. Adquire-se, entre outras capacidades, a autonomia e o rigor metodológico na investigação científica”, finaliza.
Frida Medeiros